Colaboradores

terça-feira, 22 de julho de 2008

Tem alguém aí?

Estou cansada de dúvidas, queria uma certeza apenas, nem que fosse a de estar viva. Fico juntando cacos aqui e ali para me montar e não consigo. As coisas não encaixam, descolam, quebram. Tento juntar as palavras mas são folhas ao vento. Assim os perfumes, voláteis. Os sorrisos e os olhares estranhos. As sombras, os ângulos em movimento. Um lugar à luz fracionada do sol. Sensações, lembranças.
Mas de que me valem os sentidos e a memória se tudo é inconstante? Essas coisas que eu quero, fugidias, não deveriam ser eu mesma? Se tudo me escapa, o que me constrói?
A carne apodrece. Nem resta o fétido. O que vale é esse segundo. Sentiste?