Colaboradores

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Cortinas fechadas

Estou morta
Toca Outono de Piazzola
e ali jaz minha alma em decúbito


Morri inteira aos pedaços e em gotas
como chorava Manuel quando ele tinha medo
e eu sorri para ela


Morta
minha garganta enrijecida de não dizer
meu útero à espera das flores e das palavras


Quero dizer as últimas
mas que restará senão meu silêncio
e o calor da minha alma quando sob ti


Estou morta
Minhas costas voltam-se à luz
E tu estás lá sorrindo do meu prazer