Colaboradores

domingo, 3 de agosto de 2008

Lexotan

Há tantos pensamentos pululando, que nenhum se me decide corromper a preguiça de levar até o fim uma idéia que seja. Tem gente falando, tem pergunta, tem crítica e comiseração. Tem gente idiota e tem olhar que me chama. E há aquele vazio. Falta que me põe estática e que me sacode por dentro. Eu não sei se respondo a essa lacuna. Tenho vontade de gritar com o eu que eu conheço e que me agride por dentro. Mas o resto que há em mim, e que ainda não decifrei, me fecha os poros e as janelas. Tranca minhas portas e o meu grito na garganta. Então nem luta nem sono. Porque minha alma nunca dorme. Meu Deus! ela me põe sempre em alerta e me cutuca o tempo todo. É revoltante o que me faz, nunca inteira, sempre soçobrante, sempre na espera, sempre procurando pergunta, nunca satisfeita de mim. E meu corpo um canalha que rasteja atrás dela, cão infiel. Cadela traiçoeira. Uniram-se pra me desestabilizar, pra corromper minhas poucas sabedorias próprias. Minha vingança pesa seis miligramas.