Colaboradores

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Porto Alegre

Quando finquei pé aqui
(porque não era desejo meu)
foi sem tempero e sem gosto

Passou a ser como se em breve eu fosse
tipo café de viagem

E sempre eu alçando vôos imaginários
pra certeza de meus pés soltos

E sempre o auto-convencimento do desgosto ferido
necessário e temporário

Certo dia o pôr-do-sol
e um ciclista veloz cortando o semideserto da rua
e um silêncio simbólico
flores roxas caindo como num poema
folhas brincando ao redor de meus pés
estáticos, profunda e completamente enraizados
aqui
nas calçadas de Porto Alegre