Colaboradores

quinta-feira, 11 de março de 2010

Poetisa de verdade

Adélia temperando a comida em fogo brando
os líquidos suculentos, os cheiros que dançam na cozinha maculada

Adélia olhando pela vidraça, a mão movimentando a colher primitivamente
e a mão de Deus, as flores, as pessoas, os carros

Quando as narinas e o paladar - e ela prova os sabores - sabem que é chegada a hora
Adélia larga a colher, apaga o fogo, estende a toalha.
Chama a família.
Manda servir.

E vai refletir poeticamente na sala ao lado
os sabores da janela que lhe ficaram na boca