Colaboradores

domingo, 2 de agosto de 2009

Aventura pictórica

Todas as paredes brancas e a cama e os lençóis. Só à cabeceira, cores de um quadro de Celma. E sexo. Amarelo e vermelho intenso como a tela . De repente não é sonho, e as pétalas de rosa vermelhas escondidas entre as páginas do livro de Nélida confessam o ato. Uma paixão que jaz memória, como leio em Coração Andarilho: Meu testemunho é impreciso, ela conta. O meu é a percepção, as cores me dizendo do sonho, do sexo e das coisas que nele pulsam. Mas fora dali tudo é branco, o corpo entre as páginas, morto. As pétalas voltam à tela, jactantes do gozo, sussurrando-me coisas. Mas é delírio e meu testemunho é impreciso.