Colaboradores

terça-feira, 22 de julho de 2008

Planetário da língua

As sensações estão me engasgando. Mas ontem já chorei. Chorei por causa das palavras. Uma a uma elas me consumiram. Como uma palavra pode ser tão pesada? São as vozes que afligem as palavras? Ou é a palavra iminente que desconcerta a boca? As palavras, humanas demasiado humanas, apagaram minhas perguntas e me sufocaram de imprecisões. Fiquei ali sem falas, repleta de sons e sentidos, oca e soçobrante. Sobravam sentidos, faltavam significados. Como tomar essas palavras que escorrem, não perdê-las no afã e na fome, e na sua volubilidade, como vertê-las fonte eterna?